Os anos passaram como folhas levadas pelo vento, deixando rastros de histórias, mas também marcas de cansaço. Quando era mais jovem, acreditava na ilusão de que o tempo traria sabedoria — uma espécie de prêmio pelo acumular das décadas. Porém, hoje, ao olhar para trás, vejo que essa promessa nunca foi cumprida.
A idade não me tornou mais sábio. No lugar disso, trouxe apenas o peso da exaustão. Não é que os medos tenham desaparecido; eles continuam aqui, como sombras teimosas que me acompanham. A diferença é que agora falta energia para escondê-los. Não há mais paciência para vestir máscaras ou encenar mentiras confortáveis que enganam o mundo — ou a mim mesmo.
Por algum tempo, acreditei que o autoconhecimento seria a chave para desvendar o que há de mais profundo em mim, que revelaria minhas falhas e me transformaria em alguém melhor. Mas a verdade, essa verdade que só a experiência nos entrega, é que foi o cansaço, e não a introspecção, que me despia das minhas ilusões. Ele é implacável e, de forma silenciosa, vai descortinando nossas imperfeições, até que não nos reste nada a esconder.
O desgaste da idade tem sua ironia. Ele nos liberta de fardos desnecessários, mas também nos coloca frente a frente com o peso real de quem somos. E talvez seja esse encontro que nos ensine algo de verdade — não sobre sabedoria, mas sobre aceitação. Aceitar que ser humano é, afinal, conviver com nossos medos, nossas falhas e o tempo que nunca para.
E assim, sem rodeios ou máscaras, seguimos em frente. Porque, no fim das contas, é isso que sempre fizemos, mesmo cansados. Mesmo humanos.
"Refletir sobre o peso do tempo é compreender que aceitar nossas imperfeições é o mais próximo que chegaremos da verdadeira sabedoria. E você, o que o tempo já revelou sobre quem você é?"
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